Ginseng: Para que serve, benefícios, como usar e contra indicações

Os fitoterápicos são medicamentos obtidos através de matérias primas das plantas medicinais ou mesmo seus princípios ativos.

Um fitoterápico é caracterizado pela sua eficácia na cura de doenças ou na amenização de seus sintomas. Sua eficácia e segurança são validadas através de documentações científicas publicadas e por ensaios clínicos devidamente fiscalizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Neste universo dos fitoterápicos, abordaremos neste post um dos mais conhecidos e utilizados no mundo – o Ginseng!

O que é e para que serve o Ginseng?

O ginseng (Panax ginseng) é uma planta originária da China e Coréia, utilizada há milhares de anos pela Medicina tradicional chinesa para aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida.

Estudos científicos têm sugerido que o ginseng aumenta a capacidade de resistência às doenças, à fadiga e ao estresse. Estão ainda descritas as suas atividades antiviral, anticoagulante, antioxidante, de tônico cardíaco, podendo ser usado para tratar fadiga, debilidade, falta de concentração, cansaço físico e mental, impotência sexual, depressão e arteriosclerose, além de regular a pressão sanguínea.

A planta de ginseng tem sido amplamente estudada, no âmbito da Medicina. A partir de inúmeros estudos, foram isolados dezenas de compostos distintos, dos quais mais de 150 são saponinas, das raízes e também de outras partes da planta, como folhas, flores e frutos. Entretanto, o principal princípio ativo da planta e ao qual a maioria dos benefícios estão associados é o ginsenósido!

Neste ponto, há que distinguir as duas categorias de P. ginseng: a planta cultivada e a selvagem (espontânea). Das diferentes condições de crescimento resulta uma variação da composição química entre as duas categorias, pelo que geralmente se detecta uma maior concentração de compostos biologicamente ativos na planta selvagem. Além disso, deve também atender-se ao processamento a que a raiz é sujeita, ou seja, pode se tratar de ginseng fresco, branco ou vermelho, já que a mesma raiz pode exibir um perfil químico distinto, de acordo com o tratamento a que é sujeita.

Além disso, embora seja originário da China e Coréia como dissemos anteriormente, há algumas variedades “estrangeiras”, como a americana, que possui efeito calmante, sendo útil para controlar o estresse, auxiliar o sono e tratar a depressão; o indiano, que melhora a circulação sanguínea, sendo útil para melhorar o contato íntimo e, além disso, pode ser usado para prevenir ou ajudar no tratamento contra o câncer; e o ginseng chinês (Panax ginseng), que por sua vez possui como principais características o poder estimulante e serve para tratar problemas circulatórios.

Apesar da grande diversidade de espécies químicas presentes na raiz de ginseng, são os ginsenósidos que apresentam atividade biológica pronunciada, além de se encontrarem em quantidades elevadas em relação aos restantes dos compostos. É precisamente por este motivo que os ginsenósidos têm sido exaustivamente analisados.

Resumo

O ginseng é uma planta originária da China e Coréia, utilizada há milhares de anos pela Medicina tradicional chinesa para aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida.

Estudos científicos têm sugerido que o ginseng aumenta a capacidade de resistência às doenças, à fadiga e ao estresse. Estão ainda descritas as suas atividades antiviral, anticoagulante, antioxidante, de tônico cardíaco, podendo ser usado para tratar fadiga, debilidade, falta de concentração, cansaço físico e mental, impotência sexual, depressão e arteriosclerose, além de regular a pressão sanguínea.

Benefícios da utilização do Ginseng para a saúde

As ações manifestadas por esta planta medicinal originaram a criação de um novo grupo de fármacos denominados de adaptogênios. Estes produtos são caracterizados por serem capazes de normalizar lentamente o organismo, quando este se encontra sob estresse ou com as resistências naturais diminuídas por infecções, ou mesmo quando ocorre a perda de vitalidade física e intelectual por efeito do envelhecimento.

Dentre os benefícios da utilização do ginseng, temos:

Ação antioxidante e anti-inflamatória

O ginseng possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Alguns estudos mostraram que os extratos de ginseng e compostos de ginsenosídeo poderiam inibir a inflamação e aumentar a capacidade antioxidante nas células.

Um estudo investigou os efeitos do extrato de ginseng coreano em 18 atletas jovens do sexo masculino tomando 2 gramas de extrato da planta, três vezes por dia durante sete dias. Os indivíduos do estudo foram divididos em 2 grupos, um tomou o extrato e outro placebo. O grupo que tomou o extrato apresentou níveis de alguns marcadores inflamatórios significativamente mais baixos do que o grupo que tomou placebo.

Outro estudo maior que acompanhou 71 mulheres na pós-menopausa que tomaram 3 gramas de ginseng vermelho ou placebo por dia durante 12 semanas, também confirmou que o  ginseng vermelho pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo, aumentando as atividades das enzimas antioxidantes.

Pode ser benéfico para a função cerebral

O ginseng pode ajudar a melhorar funções cerebrais como memória, comportamento e humor.

Alguns estudos in vitro e em animais mostram que os componentes do ginseng, como os ginsenosídeos e o composto K, poderiam proteger o cérebro contra os danos causados ​​pelos radicais livres.

Um estudo acompanhou 30 pessoas saudáveis ​​que consumiram 200 mg de Panax ginseng por dia durante quatro semanas. No final do estudo, eles mostraram melhora na saúde mental, comportamento social e humor. No entanto, esses benefícios deixaram de ser significativos após 8 semanas, sugerindo que os efeitos do ginseng podem diminuir com o uso prolongado.

Outro estudo examinou como doses únicas de 200 ou 400 mg de Panax ginseng afetavam o desempenho e a fadiga mentais e os níveis de açúcar no sangue em 30 adultos saudáveis ​​antes e depois de um teste lógico de 10 minutos. A dose de 200 mg, ao contrário da dose de 400 mg, foi mais eficaz em melhorar o desempenho mental e a fadiga durante o teste.

Além disso, outros estudos encontraram efeitos positivos sobre o funcionamento e o comportamento do cérebro em pessoas com doença de Alzheimer.

Melhora da disfunção erétil

A pesquisa mostrou que o ginseng pode ser uma alternativa útil para o tratamento da disfunção erétil (DE).

Parece que seus compostos podem proteger contra o estresse oxidativo nos vasos sanguíneos e tecidos do pênis e ajudar a restaurar a função normal.

Além disso, estudos mostraram que o ginseng pode promover a produção de óxido nítrico, um composto que melhora o relaxamento muscular nos tecidos e aumenta a circulação sanguínea, o que “facilitaria” a ereção.

Um estudo descobriu que homens tratados com o ginseng vermelho coreano tiveram uma melhora de 60% nos sintomas de DE, em comparação com 30% de melhora produzida por um medicamento usado para tratar a disfunção erétil.

Ainda, outro estudo mostrou que 86 homens com DE tiveram melhorias significativas na função erétil e satisfação geral após tomarem 1.000 mg de extrato de ginseng envelhecido por 8 semanas.

No entanto, mais estudos são necessários para que conclusões definitivas sejam obtidas sobre os efeitos do ginseng na DE.

Pode impulsionar o sistema imunológico

O ginseng pode fortalecer o sistema imunológico. Alguns estudos que exploram seus efeitos sobre o sistema imunológico de pessoas com câncer concluíram que os indivíduos submetidos ao consumo do extrato de ginseng obtiveram, de maneira geral, melhoras significativas na resposta do sistema imunológico.

E, embora esses estudos mostrem melhorias nos marcadores do sistema imunológico em pessoas com câncer, mais pesquisas são necessárias para demonstrar a eficácia do ginseng no aumento da resistência a infecções em pessoas saudáveis.

Promissor no combate ao câncer

O ginseng pode ser útil na redução do risco de certos tipos de câncer. Isso porque os ginsenosídeos contidos nesta planta parecem beneficiar os processos que ocorrem durante a divisão celular, impedindo a produção e crescimento celular anormal.

Um estudo observacional sugeriu que pessoas tomando ginseng poderiam ter menos probabilidade de desenvolver certos tipos de câncer, como lábio, boca, esôfago, estômago, cólon, fígado e câncer de pulmão, do que aqueles que não tomam. Porém, os estudos não são totalmente conclusivos sobre o papel do ginseng na prevenção do câncer, sendo necessárias mais pesquisas a cerca disso.

Pode combater o cansaço e aumentar os níveis de energia

O ginseng ajuda a combater a fadiga e melhora a energia. Vários estudos em animais ligaram alguns componentes do ginseng com menor estresse oxidativo e maior produção de energia nas células, o que poderia ajudar a combater a fadiga.

Muitos estudos convergiram para a constatação de que o ginseng melhora sintomas de fadiga física e mental, bem como reduz o estresse oxidativo e aumenta a capacidade de realizar atividades físicas.

Poderia baixar o nível de açúcar no sangue

O ginseng parece ser benéfico no controle da glicemia em pessoas com e sem diabetes. Tanto o ginseng americano quanto o asiático demonstraram melhorar a função das células pancreáticas, aumentar a produção de insulina e aumentar a absorção de açúcar do sangue para os tecidos.

Estudos demonstraram ainda que aparentemente o ginseng vermelho fermentado pode ser ainda mais eficaz no controle do açúcar no sangue. Essa “opção” de consumo da planta é produzida com a ajuda de bactérias que transformam os ginsenosídeos em uma forma mais facilmente absorvida e potente.

De fato, um estudo demonstrou que tomar 2,7 gramas de ginseng vermelho fermentado por dia foi eficaz na redução do açúcar no sangue e aumento dos níveis de insulina após uma refeição teste, em comparação com um placebo.

Fácil de adicionar à sua dieta

A raiz de ginseng pode ser consumida de várias maneiras. Ele pode ser comido cru ou você pode levemente vaporizá-lo para amolecer.

Também pode ser cozido em água para fazer um chá. Para fazer isso, basta adicionar água quente ao ginseng recém-cortado e deixar em infusão por alguns minutos.

O ginseng também pode ser adicionado à várias receitas, como sopas e frituras. E o extrato pode ser encontrado em formas de pó, comprimido, cápsula e óleo.

Quanto você deve tomar depende da condição que você deseja melhorar e da orientação do(a) seu(ua) médico(a) ou outro profissional habilitado!

Resumo

Dentre os benefícios do ginseng podemos citar:

  • Benefícios para a função do cérebro;

  • Ação antioxidante e anti-inflamatória;

  • Melhora da disfunção erétil;

  • Pode impulsionar o sistema imunológico;

  • Auxílio na diminuição dos níveis de açúcar no sangue (glicemia);

  • Promissor no combate ao câncer;

  • Pode combater o cansaço e aumentar os níveis de energia.

Como utilizar e contraindicações

Em geral, doses diárias de 1 a 2 gramas de raiz de ginseng cru ou 200 a 400 mg de extrato são sugeridas.

É melhor começar com doses menores e aumentar com o tempo. Procure um extrato padrão de ginseng que contenha 2 a 3% de ginsenosídeos totais e consuma-o antes das refeições para aumentar a absorção e obter todos os benefícios.

A recomendação geral é que os “ciclos” de tratamento com ginseng durem de 2 a 3 semanas, seguidos de um intervalo sem o fitoterápico por pelo menos 1 semana. Uma vez que, o uso contínuo, além de diminuir a eficiência dos compostos bioativos, pode originar a “síndrome de abuso do
ginseng”, com efeitos idênticos aos causados pelo emprego de medicamentos corticosteróides tais como nervosismo, insônia, hipertensão arterial, urticária (coceiras) e diarreia matinal.

De acordo com os pesquisadores da área, o consumo seguro de ginseng não produz nenhum efeito adverso grave.

Entretanto, pessoas que tomem remédios para a diabetes devem monitorar seus níveis de açúcar no sangue para se certificarem de que o uso do ginseng não esteja interferindo na ação do medicamento e baixando ainda mais a glicemia.

Adicionalmente, o ginseng pode diminuir a eficácia de drogas anticoagulantes.

E, apesar de todos os benefícios do ginseng, ele não é aconselhado para pessoas que possuem doenças cardíacas, mulheres grávidas ou durante a amamentação.

Quando acima da dose diária máxima de 8 g, o ginseng pode provocar alguns efeitos colaterais, como diarreia, insônia e aumento da pressão arterial. Esses sintomas, porém, podem desaparecer ao cessar o uso desta planta.

Referências:

  1. Fernandes, A. V. Ginseng (Panax ginseng): Mito ou Verdade Científica? Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2011. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/61010066.pdf;
  2. Teixeira, J. B. P., Santos, J. V. dos. FITOTERÁPICOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS. Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: http://www.ufjf.br/proplamed/files/2011/05/Fitoter%C3%A1picos-e-Intera%C3%A7%C3%B5es-Medicamentosas.pdf;
  3. Health Line. 8 Proven Health Benefits of Ginseng. Disponível em: https://www.healthline.com/nutrition/ginseng-benefits

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