Tudo sobre Capsaicina: O que é, benefícios e como utilizar

Um composto chamado capsaicina, presente nas pimentas vermelhas, faz as pimentas serem consideradas alimentos funcionais. Pois, além de seus benefícios antioxidantes, também são anti-inflamatórias, antimutagênicas e quimiopreventivas.

Esse composto, e diversos outros componentes similares, são conhecidos como capsaicinoides. Entre todos os capsaicinoides presentes nas pimentas, o componente mais importante e mais picante é a capsaicina. Vamos conhecer a importância dessa substância?

O que é e para que serve a capsaicina

A capsaicina é um componente presente nas pimentas chili, malagueta, cumari, pimenta de cheiro, dedo-de-moça e pimenta caiena. Essa substância é considerada irritante para todos os mamíferos, incluindo os humanos, pois produz uma sensação de queimadura quando se entra em contato.

A capsaicina pura e isolada é um composto que não se mistura em água, sem cor e sem cheiro, que varia de cristalino a oleoso.

O ardor/potencial picante de uma pimenta é determinado pela quantidade de capsaicina que a mesma contenha.

A capsaicina, além de servir como condimento através do sabor forte e marcante que ela produz quando ingerimos, também é comumente utilizada na indústria como coadjuvante ao tratamento e à prevenção de algumas doenças ou desequilíbrios que ocorrem em nosso organismo.

Leia mais em: Pimentas e os seus benefícios para a saúde!

Benefícios da capsaicina

Diversos benefícios da capsaicina já são conhecidos. Por ser um composto muito estudado, este componente já é amplamente utilizado para contribuir com diversas melhorias ao nosso organismo.

Anti-inflamatória

A capsaicina vem se mostrando como uma opção de tratamento para artrite reumatoide, dor pós-operatória e dor crônica neuropática e musculoesquelética.

Além desses benefícios, a capsaicina é considerada como uma molécula anti-inflamatória efetiva, pois contribui diminuindo condições inflamatórias de metabolismo, como obesidade, diabetes e osteoartrite.

Melhora do colesterol… pressão arterial… açúcar no sangue…

Em relação à síndrome metabólica, a capsaicina também pode contribuir de maneira positiva. Antes, vamos entender rapidamente o que é essa síndrome?

A síndrome metabólica consiste em um conjunto de sintomas que ocorrem ao mesmo tempo. São eles: obesidade central (acumulo de gordura abdominal), resistência à insulina, pressão alta, intolerância à glicose e colesterol alto.

Estas alterações podem ocorrer aumentando o risco de desenvolvimento de doenças do coração, diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa não alcoólica.

Portanto, voltando à capsaicina… ela se mostra um elemento interessante no cuidado da síndrome metabólica. Podemos dizer que a capsaicina desempenha função importante no alívio dos sintomas da síndrome metabólica.

Um estudo realizado sugere uma outra função que é possível para capsaicina: a ingestão de pimenta e, consequentemente deste componente, promove o catabolismo (quebra) dos carboidratos e ainda aumenta as concentrações de adrenalina no sangue.

Outra pesquisa realizou uma intervenção com pimentas contendo capsaicina por 4 semanas. As participantes eram mulheres com diabetes mellitus gestacional. O efeito obtido foi benéfico! A capsaicina reduziu a hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue) após as refeições, e houve um aumento de insulina circulante no organismo, o que resultou em melhora de distúrbios no metabolismo dos lipídios (gorduras), em estado de jejum.

A utilização de capsaicina também já resultou na liberação de substâncias que produziram vasodilatação (o aumento do calibre dos vasos sanguíneos), o que consequentemente causa diminuição da pressão arterial, aliviando casos de pressão alta.

Antioxidante

O uso da capsaicina também é indicado para a redução das taxas de “gordura no sangue” (colesterol) e possui ação antioxidante.

Vemos então que, por ser um composto antioxidante, além de auxiliar no combate aos danos celulares que os radicais livres causam em nosso organismo, a capsaicina também serve para proteger o organismo contra o estresse oxidativo causado por diversos fatores externos, como: poluição, uso de cigarros, substâncias de produtos químicos e até mesmo agrotóxicos que ingerimos em nossa alimentação.

Auxiliando a digestão

A capsaicina apresenta também um efeito protetor ao estômago, auxiliando contra lesões da mucosa gástrica. Um dos possíveis mecanismos para a proteção gástrica das pimentas e da capsaicina pode se explicar por um aumento na produção de muco gástrico. A ação de digestão se dá por meio da capsaicina, que estimula as enzimas responsáveis por esse processo digestivo.

Termogênica?!

Sim! Ainda no assunto digestão, um estudo apontou que em seres humanos foi observado que a exposição oral e gastrointestinal à capsaicina ajuda a aumentar a saciedade, o gasto energético depois das refeições e a oxidação das gorduras.

Além disso, o uso de cápsulas com capsaicina tem efeito termogênico, contribuindo para acelerar o metabolismo e, em consequência, ocorre o aumento da “queima” das gorduras armazenadas na região abdominal, aquelas consideradas difícil de eliminar.

Melhora no sistema respiratório

A ação da capsaicina foi avaliada em pacientes com rinite. O uso da capsaicina intra-nasal demonstrou que, quando utilizada continuamente por duas semanas, esse composto pode ajudar, causando melhora rápida e eficiente nos sintomas de rinites que não são causadas por alergias.

Existem efeitos colaterais na utilização da capsaicina?

Podem ocorrer alguns efeitos colaterais caso a pessoa apresente sensibilidade a este composto. Algumas manifestações de efeitos adversos são: vermelhidão, inchaço, dor, ressecamento, ardor, coceira e dor na utilização de cremes e adesivos.

Além dos efeitos tópicos, também pode ocorrer em algumas pessoas, desconfortos intestinais e/ou gástricos.

Os efeitos adversos não são muito comuns, mas podem acontecer. Por isso, a administração de capsaicina deve ser realizada com a orientação de um profissional de saúde capacitado para te auxiliar, pois os possíveis efeitos e benefícios devem ser cuidadosamente considerados.

Como utilizar

A capsaicina pode ser encontrada naturalmente em diversos tipos de pimentas, por tanto, o consumo desses condimentos – com equilíbrio, é, claro! – é bastante recomendado.

Veja mais aqui: Tipos de pimenta: conheça suas diferenças, benefícios e como usar

Creme de capsaicina

Ainda, a capsaicina é encontrada disponível para o tratamento da dor em neuralgias e neuropatias. A comercialização é feita em cremes e adesivos. Caso hajam feridas no local onde será aplicado o creme, aplique somente depois que a ferida já estiver cicatrizada.

A capsaicina é considerada eficaz no tratamento da dor neuropática e das dores associadas a condições como osteoartrite, artrite reumatoide e também psoríase.

A administração do creme é realizada de maneira tópica e deve ser orientada individualmente para cada caso.

Referências:

  1. Patowary, Pompy, et al. “Research progress of capsaicin responses to various pharmacological challenges.” Biomedicine & Pharmacotherapy (2017). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29198921
  2. Flores, Murilo Pereira, Anita Perpetua Carvalho Rocha de Castro, and Jedson dos Santos Nascimento. “Topical analgesics.” Revista brasileira de anestesiologia 62.2 (2012): 248-252. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-70942012000200010&script=sci_arttext&tlng=pt
  3. Landim, Vera Mónica Pereira. Análise forense de aerossóis de defesa pessoal em Portugal. Diss. 2016. Disponível em: http://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/18526
  4. Pinto, Cleide Maria Ferreira, Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto, and Sérgio Mauricio Lopes Donzeles. “Pimenta Capsicum: propriedades químicas, nutricionais, farmacológicas e medicinais e seu potencial para o agronegócio.” Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável 3.2 (2013). Disponível em: http://www.rbas.com.br/index.php/rbas/article/view/225
  5. Mendonça da COSTA, Luciene, et al. “Atividade antioxidante de pimentas do gênero Capsicum.” Ciência e Tecnologia de Alimentos 30.1 (2010). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cta/2009nahead/3199.pdf

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