Guia da nutrição infantil

A alimentação das crianças deve ser acompanhada desde os primeiros dias de vida. Devemos pensar que os hábitos alimentares se constroem de maneira ampla, pois podem sofrer influência genética, socioeconômica, cultural, étnica, religiosa, entre outras.

Portanto, muitos pontos precisam ser ajustados e levados em consideração na alimentação infantil, para que as crianças cresçam de maneira saudável.

Dados importantes

Tanto a desnutrição quanto a obesidade vem atingindo as crianças em uma crescente, ao redor de todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que no ano de 2016, 52 milhões de crianças foram estimadas como muito magras para sua altura, enquanto outros 41 milhões estavam com excesso de peso ou obesas.

Apenas cerca de 40% das crianças de 0 a 6 meses passam por amamentação exclusiva. Na fase da alimentação complementar (a partir dos 6 meses) poucas recebem alimentos que oferecem nutrientes suficientes ou se alimentam com diversidade e frequência apropriadas.

O ato de amamentar pode melhor não só a vida da família individualmente como também a nível nacional, pois o leite materno é gratuito, nutricionalmente completo e evita que a criança apresente doenças evitando assim possíveis gastos e custos com a saúde.

Guia da nutrição infantil

Algumas práticas na alimentação infantil devem servir como um guia, pois são importantes e devem ser levadas em consideração logo no início da vida. São elas:

  • Início da amamentação na primeira hora após o nascimento;
  • Amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida;
  • Introdução de alimentação complementar (alimentos sólidos) adequada nutricionalmente a partir dos 6 meses, aumentando gradativamente a consistência e variedade dos alimentos. Sempre que possível, mantendo a amamentação até aos 2 anos de idade ou mais.

É importante que os responsáveis pela criança estejam sempre atentos ao ato da alimentação. Ajudar as crianças pacientemente, sem forçar, além de sempre manter boa higiene dos alimentos e manuseio adequado é fundamental.

Sabe-se que a maneira como os responsáveis pela criança lidam com a alimentação, influenciam diretamente a maneira com que a criança lida com o ato de se alimentar e com os alimentos por si só. Por isso, a forma de interação da família com a alimentação impacta diretamente os hábitos alimentares da criança.

Alimentação inadequada

O padrão alimentar vem se modificando ao longo do anos. A dieta rica em nutrientes adequados vem sendo cada vez mais substituída por refeições rápidas. São características dessas refeições: baixa qualidade nutricional, muito sódio, gorduras e mil outros ingredientes presentes no rótulo que muitas vezes nem sabemos o que são.

Essa alimentação industrializada também atinge as crianças em todas as faixas etárias. Estudos demonstram que a alimentação em muitas casas é inadequada quando se oferece precocemente leite de vaca integral a uma criança que ainda não está fisiologicamente madura para recebê-lo; alimentos com consistência inapropriada e repletos de calorias “indesejáveis”; baixo conteúdo de vitaminas e minerais nas refeições e por aí vai.

A oferta insuficiente de frutas, verduras e legumes é cada vez mais comum e a oferta de alimentos industrializados muitas vezes é rotina para a família.

Dicas!

É importante que, não só os adultos, mas especialmente as crianças se alimentem com alimentos naturais em todas as fases da infância. Deve-se estimular que a alimentação infantil seja variada, colorida e respeite a região em que a família reside.

Além disso, é importante que as refeições sejam feitas à mesa, sem distrações como televisão, celular, tablets ou qualquer recurso que tire a atenção da alimentação.

Verifique a saúde do bebê/criança sempre através de consultas com o pediatra e exames de rotina. Quando necessário, faça uso de alimentos complementares fortificados ou suplementos vitamínico-minerais, conforme prescrito por médico e/ou nutricionista.

Caso a criança esteja doente, ficar atento ao consumo de líquidos que deve aumentar nesse período. Procure também oferecer alimentos que a criança prefira (dentro dos saudáveis!), pois isso vai motivá-la a se alimentar mesmo que esteja sem apetite.

Nutrição, cuidado e amor

A nutrição adequada atua de maneira positiva por toda a vida. A OMS relata que 820.000 vidas de crianças podem ser salvas todos os anos (entre crianças menores de 5 anos) se todas no período de 0 a 2 anos forem amamentadas de maneira correta.

Os ganhos para a vida que se iniciam com a amamentação influenciam na melhora do quociente de inteligência (QI), na frequência escolar e até mesmo estão associados a uma renda maior na vida adulta.

A atenção com a alimentação das crianças é um ato de amor que irá refletir por toda a vida!

Se interessa por esse assunto? Leia mais em nosso post sobre a alimentação nos primeiros mil dias de vida. Clique aqui e confira!

Referências:

  1. World Health Organization. “Infant and young child feeding. 2016. Disponível em: http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/infant-and-young-child-feeding
  2. Silva, Giselia AP, Karla AO Costa, and Elsa RJ Giugliani. “Infant feeding: beyond the nutritional aspects.” 2016: S2-S7. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2255553616300064

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