Quais as diferenças entre os tipos de feijão

A combinação do feijão com seu fiel escudeiro (o arroz!) constitui a base da alimentação de 9 entre 10 brasileiros e, apesar do aumento no consumo de alimentos industrializados, o feijão com arroz de cada dia ainda é prato sagrado nas principais refeições.

É importante estimular que essa tradição alimentar seja mantida e resgatada nos espaços onde está sendo deixada para trás, já que além de saborosa apresenta uma excelente combinação nutricional.

Quando pensamos nestes alimentos logo vem à mente aquele feijão carioca de caldo grosso acompanhado de um arroz branco e soltinho, não é mesmo?

Mas, além dessa associação comum, o feijão (e o arroz também, mas isso já é assunto para outro post…) tem diversas outras variedades de cores, texturas, sabores e utilidades culinárias que, embora não sejam tão usuais, podem passar a integrar a sua alimentação tornando-a mais diversificada, criativa e sustentável.

Vamos conhecer quais as diferenças entre os tipos de feijão?

Tipos de feijão produzidos no Brasil

O Brasil produz em média 3 toneladas de feijão por ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento.

Apesar dos diversos tipos encontrados no mercado, nem todos são consumidos em larga escala. Isso acontece principalmente pelo desconhecimento das outras variedades do grão pela população.

É um ciclo: com a baixa procura fica mais difícil encontrar os diferentes tipos de feijão nos mercados e, quando estão disponíveis, apresentam preço mais elevado devido a lógica da oferta e procura.

No entanto, esse quadro pode mudar com o aumento da busca por outros feijões, além do carioca e do feijão preto.

Todos podem sair ganhando: o agricultor, as terras e o consumidor!

Confira os principais tipos de feijões comercializados em nosso país:

Feijão Carioca: também conhecido como carioquinha, é o mais consumido no Brasil, correspondendo a 85% das vendas. O grão bege e com listras marrons se popularizou no país a partir da década de 70. A variedade apresenta sabor agradável e casca fina. O curioso é que o feijão mais consumido no Rio de Janeiro é o feijão preto, e o feijão carioca foi batizado com este nome devido a semelhança de suas listras com os padrões encontrados no calçadão de Copacabana.

Feijão Preto: muito consumido no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, o feijão preto é também apreciado em todo o país como ingrediente da feijoada e da culinária mexicana. O grão é resistente a períodos de seca e a colheita costuma ser farta. Seu caldo pode ser preto ou de cor amarronzada.

Feijão Branco: com caldo ralo e casca fina o feijão branco é usado em pratos como saladas, sopas e ensopados. Além de ser servido com dobradinha. Seu consumo é menos popular e por isso há menos plantações dessa variedade do grão, que é mais consumido em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Feijão de Corda: é bastante apreciado no Nordeste e em Minas Gerais e é considerado uma variedade do feijão fradinho. Não é um grão que produz caldo, mas pode ser consumido como aperitivo. Também é chamado de feijão-macaçar ou caupi.

Feijão Fradinho: também é chamado de feijão de corda em algumas regiões, é utilizado para preparar saladas ou pratos especiais. É um grão que não produz caldo e tem sabor frutado. Na Bahia, por exemplo, é utilizado no preparo do acarajé.

Feijão Jalo: tem grãos alongados e é levemente adocicado, com massa consistente e caldo grosso. Pode ser usado para engrossar feijoadas, fazer tutu e no feijão tropeiro. É pouco consumido no Brasil, mas costuma ser exportado para os países árabes.

Feijão Jalo-roxo: com coloração avermelhada, o jalo-roxo é uma variação do jalo comum. Com grãos grandes, é utilizado em sopas e saladas nas cozinhas paulista, mineira e goiana.

Feijão Rosinha: rosado e de caldo claro, o feijão rosinha já foi bastante consumido no Brasil antes da década de 70, mas perdeu espaço entre os agricultores por ser um grão bastante suscetível a pragas e doenças no campo. Tem o sabor mais suave que o carioca e, quando cozido, produz um caldo grosso.

Feijão Azuki ou Adzuki: são menores do que os de variedades mais conhecidas, como o carioca. Tem sabor adocicado e é bastante usado em sobremesas na culinária do Japão, de onde é originário. Ainda é pouco cultivado no Brasil.

Feijão Bolinha ou Manteiga: tem cor esverdeada e sabor agradável, mas deixou de ser consumido no Brasil por escassez de plantações e demanda. O grão é bastante suscetível a pragas, e por isso sua produção ocorre em maior parte por encomenda.

Feijão Roxinho: de cor avermelhada, o feijão roxinho tem textura macia e dá bom caldo. É muito consumido em São Paulo e Minas Gerais.

Feijão Mulatinho: o feijão mulatinho se parece com o feijão do tipo carioca, mas sem as listras. É um feijão que, assim como o rosinha, teve seu consumo reduzido a partir da década de 70 no Brasil. Tem sabor suave e boa produção de caldo.

Existem diferenças nutricionais entre os tipos de feijão?

Pesquisas científicas mostram pequenas diferenças nutricionais e funcionais de feijões de diferentes tipos.

Os feijões brancos, por exemplo, não contêm taninos, compostos anti-nutricionais que atrapalham o aproveitamento das proteínas pelo organismo, e portanto apresentam melhor qualidade proteica.

Os teores de outros componentes do grão, como proteínas, fibras e minerais também podem variar conforme o tipo de feijão, no entanto, essa variação é bem discreta.

Essa diferença pode ser menos expressiva nos macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), do que nos micronutrientes (vitaminas e minerais), por isso, todos os feijões podem ser considerados importantes do ponto de vista nutricional.

Quanto mais variada for a sua alimentação, mais variado será seu aporte de nutrientes!

Em nosso próximo post falaremos ainda mais sobre os benefícios nutricionais dos feijões. Fique atento!

Referências:

  1. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. O Feijão na Alimentação Humana. Autores: Chaves, MO; Bassinelo, PZ. s/d. Disponível em https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/123450/1/p15.pdf
  2. SNA – Sociedade Nacional de Agricultura. Feijão: além de gostoso é funcional. Revista A Lavoura – Edição 705/ 2004. Disponível em: http://www.sna.agr.br/feijao-alem-de-gostoso-e-alimento-funcional/
  3. CFN – Conselho Federal de Nutricionistas. Feijão: É do Brasil, é do Nordeste. Disponível em: http://www.cfn.org.br/index.php/feijao-2/

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