Glicose: O que é, sua importância e perigos para a saúde

Você sabia que tudo que nós comemos é transformado em glicose no nosso corpo? E que o organismo só utiliza a quantidade necessária para que possamos ter a quantidade de energia ideal diária?

Pois bem, pensando aqui, se o organismo só utiliza a quantidade necessária, o que será que acontece quando temos “estoque” de glicose no nosso organismo pelos excessos consumidos? E pela falta? Será que o nosso organismo trabalha bem com tudo isso?

Se você, assim como eu, se interessou no tema de hoje, venha conferir tudo o que a glicose tem a te oferecer e responder todas as suas dúvidas. Boa leitura!

O que é a glicose

A glicose é um carboidrato simples, monossacarídeo, muito importante para o organismo e considerado a principal fonte de energia para as células do corpo e usada como mediador metabólico. Por cada grama de glicose são fornecidas 4 calorias de energia.

É obtida através dos alimentos ingeridos durante as refeições podendo ser encontrada de forma natural, como por exemplo nas frutas, nos legumes e em todos os alimentos fontes de carboidratos (arroz, milho, macarrão, farinha de trigo, pães, torradas, tapioca, batata, mandioca, inhame, cará e etc), mas também podendo ser adicionada através de preparações como bolos, sobremesas e alimentos ricos em açúcar.

Benefícios e malefícios para a saúde

No organismo, através do processo de respiração celular, quando a glicose é degradada quimicamente, é criado energia química e armazenada em moléculas de ATP (adenosina trifosfato), ou seja, cerca de 30 moléculas de glicose para cada ciclo celular da célula. Durante este processo, origina-se água e gás carbônico.

O açúcar é enviado para a corrente sanguínea em forma de glicose e, através das moléculas, é utilizado como energia pelos órgãos do corpo, tornando-se então uma das poucas fontes de energia que o cérebro consegue utilizar, já que os neurônios dependem quase exclusivamente desta substância.

Devido a isso, o cérebro tem a necessidade de controlar os níveis de glicose no organismo para que não falte em demasia, uma vez que este órgão não aguenta a falta de glicose por muito tempo.

A má alimentação pode acarretar em excesso de glicose no sangue gerando com o tempo um quadro de hiperglicemia persistente. De início o corpo vai conseguindo manter os níveis de glicose adequada através da produção de insulina pelo pâncreas, porém com o tempo o órgão vai ficando sobrecarregado e é neste momento que doenças como a diabetes surgem.

Resumo:

Os benefícios da glicose vem através do bom funcionamento do organismo, uma vez que fornece energia para todos os órgão, em especial para alimentar os neurônios, pois dependem quase que exclusivamente desta substância. E os malefícios são baseados nas doenças que podem ser desencadeadas com o excesso ou a falta de glicose.

Glicose alta

Conhecida como hiperglicemia, ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina corretamente ou quando há pouca quantidade no organismo.

Isso acarreta em:

  • Estresse causado por uma doença, por exemplo a gripe
  • Excessos e má alimentação
  • Mudanças nos níveis de hormônios, período de menstruação, por exemplo
  • Dose incorreta de insulina, no caso de Diabetes Tipo 1
  • Resistência à insulina, no caso de Diabetes Tipo 2
  • Carência de atividade física

Por ocorrer uma elevação da glicose no sangue, os sinais da hiperglicemia se destacam por causar cansaço e apresentar um aumento excessivo de urina, ou seja, o indivíduo apresenta uma vontade excessiva de “fazer xixi”, consequentemente, há um aumento da sede.

A atividade física é considerada uma das formas de “baixar” a glicose, porém nem todo indivíduo com hiperglicemia pode realiza-la sem as devidas orientações médicas, já que pode levar à uma descompensação metabólica através da presença de cetona na urina ou no sangue.

Se a taxa de glicose estiver acima de 240mg/dl é necessário checar os níveis de cetona, se nesse caso for positivo, a atividade física não é recomendada. Procure sempre um médico especializado!

Glicose baixa

A hipoglicemia é classificada através do baixo nível de glicose no sangue, ou seja, menor que 70mg/dl.

O que pode acarretar a hipoglicemia?

  • Muito tempo em jejum
  • Realizar atividade física sem orientações
  • Ingestão de bebida alcoólica
  • Se alimentar inadequadamente
  • Uso exagerado de medicamentos

Seus sinais e sintomas mais comuns são:

  • Sonolência
  • Tremedeira
  • Taquicardia
  • Fadiga e fraqueza
  • Fome e náusea
  • Sudorese e calafrios
  • Visão turva
  • Palidez
  • Sensação de formigamento ou dormência – lábios e língua
  • Dor de cabeça
  • Irritabilidade
  • Convulsão
  • Desmaios

O sinais de hipoglicemia variam de pessoa para pessoa. Na hipoglicemias severa podem ocorrer lesões, acidentes, levar ao estado de coma e até a morte. Fique de olho!

Exame da Glicose

Os exames de glicose são considerado exames simples e são realizados para identificar os níveis de açúcar no sangue e detectar algum tipo de doença relacionado à altos e baixos deste nível, como por exemplo a Diabetes Mellitus.

Os exames de controle da glicose são:

Exame de glicose em jejum: é conhecido com um dos principais exames e a importância de estar em jejum é para que não ocorram alterações nos resultados.

Através dos resultados obtidos é possível adequar uma alimentação correta, além de indicar – se necessário – o uso de medicamentos antidiabéticos ou até mesmo a insulina.

Os valores de referência para a taxa de glicemia são:

  • Normal: inferior a 90mg/dl
  • Pré-diabetes: entre 100 a 125mg/dl
  • Diabetes: superior a 126,g/dl (realizado em dois dias seguidos)

Exame de curva glicêmica ou Teste oral de tolerância a glicose (TOTG): também realizado em jejum, porém neste caso depois de passar pela primeira coleta, o indivíduo deve ingerir o dextrosol ou a glicose.

É necessário ficar em jejum por até 3 horas após a primeira ingestão de glicose e no decorrer do exame são aplicadas diversas dosagens de glicose no indivíduo.

Os valores de referência do exame de TOTG são referidos 120 minutos após a ingestão da glicose:

  • Normal: inferior a 140mg/dl
  • Pré-diabetes: entre 140 a 199mg/dl
  • Diabetes: superior a 200mg/dl

Exame de glicose durante a gravidez: é importante realiza-lo para verifica se a gestante não desenvolveu diabetes gestacional, uma vez que no decorrer da gravidez a gestante pode apresentar o aumento de glicemia. Quando diagnosticada, deve-se iniciar o tratamento imediato, já que o risco é tanto para a mãe quanto para o bebê.

Importante ressaltar que para adequação de qualidade de vida, leitura ideal dos resultados de qualquer exame e diagnóstico é sempre indicado o acompanhamento com um especialista, médico e nutricionista.

Aparelho para medir glicose

O auto monitoramento de sangue medidor de glicose é uma forma prática para identificar o nível de glicemia quantas vezes for necessário por dia.

É realizado através de um aparelho pequeno, que com apenas uma gota de sangue em seu dispositivo consegue exibir o nível de açúcar presente de sangue naquele momento. Os resultados podem ser usados para tomar decisões sobre alimentação, medicamentos e até mesmo atividade física.

O controle de glicemia através do aparelho medidor facilita o contato e o entendimento do indivíduo com os momentos certos para medição, além de poder evitar os sinais e sintomas de alta ou baixa glicemia.

Leia também: O que é sacarose e como ela influencia nossa saúde!

Referências:

  1. Associação Brasileira de Nutrição, ASBAN – A glicose e o funcionamento no nosso organismo, 2018. Disponível em: http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1792
  2. American Diabetes Association, Diabetes Advisor, 2011. Disponível em: http://main.diabetes.org/dorg/lwt2d/packet-two/checking_blood_glucose_en.pdf
  3. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Organização: José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior e Sérgio Vencio. Vários autores. Vários coordenadores. São Paulo: Editora Clannad, 2017. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
  4. Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/
  5. World Health Organization. Global Report on Diabetes, 2016. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/204871/9789241565257_eng.pdf;jsessionid=F4CCD449BAAC72848C6BE7890FEA2CE3?sequence=1

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